04/12/2003

CASE STUDY: Euro-English – a Europa na ponta da língua.

Todos nós, cidadãos duma Europa do Atlântico quase até aos Urais (quando lá chegarmos, o bigode do General de Gaulle, lá no mausoléu onde repousa, irá empertigar-se), sofremos a humilhação de sacrificar a língua das nossas mães ao esperanto anglo-americano, conspurcado pelo patois de todas as ralés do mundo.

O sacrifício de falar esse esperanto cresce quando, sob a camuflagem “prática” duma língua franca talvez boa para os negócios, se contrabandeia uma insidiosa arma de destruição maciça das nossas culturas nacionais, construídas em cima de 20 séculos de história à custa de muita porrada e dezenas de milhões de mortos. Uma WMD (cá está insidiosa a influência do império), qual rolo compressor da hiperpotência, que esmaga as artes e letras nacionais.

Em boa hora a Comissão Europeia tomou iniciativas de contenção da língua do império americano. O resultado dessas iniciativas foi o acordo, finalmente alcançado, para uma harmonização linguística. Esse acordo é também um exemplo de cooperação comunitária - a Grã-Bretanha aceita que a língua de Shakespeare, usurpada e deturpada pelo império, seja embebida com elementos do alemão, a Alemanha cede partes da língua de Goethe para a construção da língua harmonizada, enquanto que a França sacrifica a língua de Molière (que mete a sua língua no saco, por assim dizer) em benefício da construção da língua que irá estar em todas as bocas europeias. Nem falo dos outros países que, para este como para os outros efeitos, pouco contam, mas que esperam ser compensados pelo sacrifício da língua no altar da harmonização, com justas contrapartidas financeiras.

O Impertinente teve o privilégio de ter acesso confidencial ao comunicado da CE que hoje, dia 4 de Dezembro, às 16 horas será divulgado. É com enorme emoção que, correndo o risco de um processo judicial, venho divulgar o seu texto, com algumas horas de antecipação.

The European Commission has just announced an agreement whereby English will be the official language of the European nation rather than German which was the other possibility. As part of the negotiations, Her Majesty's Government conceded that English spelling had some room for improvement and has accepted a 5-year phase-in plan that would become known as "Euro-English".

In the first year, "s" will replace the soft "c". Sertainly, this will make the sivil servants jump with joy. The hard "c" will be dropped in favour of the "k". This should klear up konfusion, and keyboards kan have one less letter.

There will be growing publik enthusiasm in the sekond year when the troublesome "ph" will be replaced with the "f". This will make words like fotograf 20% shorter.

In the 3rd year, publik akseptanse of the new spelling kan be expected to reach the stage where more komplikated changes are possible. Governments will enkourage the removal of double letters which have always ben a deterent to akurate speling. Also, al wil agre that the horibl mes of the silent "e" in the languag is disgrasful and it should go away.

By the 4th yer peopl wil be reseptiv to steps such as replasing "th" with "z" and "w" with "v".

During ze fifz yer, ze unesesary "o" kan be dropd from vords kontaining "ou" and after ziz fifz yer, ve vil hav a reil sensibl riten styl.

Zer vil be no mor trubl or difikultis and evrivun vil find it ezi tu understand ech oza. Ze drem of a united urop vil finali kum tru.


O Impertinente julga ser seu dever acrescentar um apelo em euro-english:

IF ZIS MAD YU SMIL, PLEAS PAS IT ON TO OZA PEPL.

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