Estória
Passaram 5 anos desde a escolha da Cidade da Tripa para Capital Europeia da Cultura, e passaram dois anos desde o final do ano de 2001, como poderia ter dito, se ainda fosse vivo, Monsieur de La Palice.
Dois anos depois, o custo total do Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura ninguém sabe ainda quanto é, nem mesmo se sabe quando se saberá.
Há uns meses a Agência Lusa informou os contribuintes que o custo nunca seria inferior a seis vezes o orçamento inicial – qualquer coisa entre 75 milhões e 85 milhões de euros.
Uma parte da massa foi torrada para recuperar algum do património tripeiro mais amolgado e, talvez por isso, lá vi grafitos pintados em paredes da Invicta com os dizeres Estado do Património, ao lado de outros que saborosamente nos informam que Vistos daqui dá para ver que já era tempo de trocares de roupa interior.
Mas a fatia de leão, que neste caso com mais propriedade se deveria chamar fatia de dragão, foi e continuará a ser torrada para tentar pôr de pé a Casa da Música. E essa fatia, que, por razões de matemática elementar, não pode estar contida no alegado custo total, o qual deixa assim de ser total, para passar a ser parcial, vem crescendo de forma incontornável atingindo, na última estimativa do Dr. Alves Monteiro, a bonita soma de 98 milhões de euros,apenas um pouco mais do que o orçamento inicial de 46 milhões de euros.
É claro que o Dr. Alves Monteiro, não sendo um artista, lida um pouco melhor com os números e esclarece-nos que não é comparável o que está a ser comparado”. Quer ele dizer que na primeira estimativa se deixaram de fora várias pequenas coisas. O terreno por exemplo, coisa fácil de esquecer porque passado alguns meses já estava escondido debaixo da Casa da Música. Aliás, a própria Casa também foi crescendo ao longo da obra que era para ter acabado sucessivamente em Julho de 2001, Abril de 2002, Agosto de 2002 e, na última versão, mas não definitiva, em Abril de 2004.
Moral (infelizmente não tida em devida conta)
Quem paga, encomenda a música (provérbio russo).
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