29/09/2003

Avaliação contínua

Secção Sol na eira e chuva no nabal
A Associação de Estudantes do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas barricou hoje a entrada para a faculdade, protestando contra a propina máxima (852 euros) adoptada pelo Conselho Directivo, que, segundo os rapazes, "traduz uma política de elitização das universidades, tornando "extremamente difícil e mesmo impossível para alguns" a frequência do ensino superior.
O Impertinente tem para ele que, a avaliar pelas aglomeração de veículos em torno dessa e de quase todas as faculdades, seria mais eficaz combater a elitização das universidades, baixando o preço da gasolina, porque ao preço actual (0,97 euros) a propina máxima não chega nem para fazer 900 km por mês.
Talvez mais pertinentes, serão as formas de luta praticadas por 20 estudantes do ISCTE que acamparam nas instalações da faculdade, o que permitirá deslocar o dinheiro poupado na renda para mais uns litros de gasolina.
Depois de algumas hesitações, O Impertinente resolve adjudicar 3 chateaubriands aos rapazes, para premiar a sua distracção sobre quem paga a propina, que são os pais deles (20% da propina) e os contribuintes (80% da propina).

Secção Assaults of thoughts
Na véspera de enfrentar a coluna da esquerdalhada que estará de dente afiado na Conferência Trabalhista que começou hoje, Tony Blair deu duas entrevistas ao Observer e à BBC, onde disse algumas coisas chocantes, a propósito da intervenção no Iraque, do putativo relatório apimentado e de outras trapalhadas. “Fizemos tudo bem. Não temos nada que nos arrepender, nem que pedir desculpa. Nem muito menos voltar atrás» ou «Se há uma coisa que aprendi em seis anos e meio de governo é que não posso estar neste lugar se tiver medo das sondagens», foram algumas das suas afirmações.
Independentemente do fundo da questão, que O Impertinente agora não discute, por tal clareza, nos tempos que correm em que os governantes se borram de pavor a olhar para as sondagens, Tony Blair merece 2 afonsos.
Melhor ainda escreveu Anatole France, prémio Nobel da Literatura de 1921: “Não há governos populares. Governar é descontentar." Se fosse hoje, levaria 5 afonsos.

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