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03/09/2014

ESTÓRIA E MORAL: Já se têm ganho batalhas em guerra perdidas (2)

[Este post é uma espécie de actualização deste]

«Portugal realizou hoje uma emissão de dívida de longo prazo, com maturidade de 15 anos, a primeira desde 2008.

O montante da operação ascendeu a 3.5 mil milhões de euros, 500 milhões acima do valor inicialmente previsto pelo Instituto de Gestão do Crédito Público. A taxa de juro implícita situou-se próxima de 3.9%, com o spread a ficar abaixo do nível inicialmente previsto (235 bps), o que reflecte a expressiva procura por parte dos investidores, com as ordens a superarem os 8 mil milhões de euros.

No mercado secundário as yields da dívida soberana com maturidade a 10 anos transaccionam próximo de 3.24%, depois de terem alcançado novos mínimos históricos, abaixo de 3% na passada 4ª feira

(Fonte: newsletter do BPI)

Moral da estória

Não deitemos foguetes antes de tempo porque a procissão ainda vai no adro.

Declaração de interesse

Só quem denunciou as políticas suicidas de endividamento, não embarcou na ilusão dos governos socialistas de que as taxas baixas resultavam da saúde financeira do Estado, não inventou teorias da conspiração acerca das agências de rating, da dona Merkel, dos ianques and so on, como os contribuintes do (Im)pertinências, entre não muitos outros, tem legitimidade para referir-se ao acesso aos mercados desta maneira.

Quem andou anos a viver de mitologias e a inventar teorias da conspiração terá de:  1.º reconhecer a sua burrice e/ou falta da honestidade intelectual; 2.º bater com a cabeça na parede e pedir desculpa aos visados; 3.º estudar estas matérias e, só então, 4.º escrever sobre elas com a humildade que os ignorantes e/ou arrependidos devem demonstrar.

Aditamento

Está na hora de começar a usar a almoçada de liquidez - mais de 20 mil milhões de euros com esta emissão - para negociar com a troika a antecipação de algumas maturidades com taxas mais altas.

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